Cidades
De acordo com a sócia-diretora da Chris
Brooks Realty, Solange Santos, as cidades americanas mais procuradas são
Miami, por causa das praias, e Orlando, por causa dos parques. Sendo os
apartamentos de dois e três dormitórios, com valor entre US$ 300 mil e
US$ 700 mil, os mais comuns de serem comprados por brasileiros. Os
apartamentos são os mais escolhidos, principalmente, “pela praticidade e
comodidade de deixar a unidade fechada por algum período”, explica
Solange.
Para a diretora da imobiliária Halmoral,
Gabriela Haddad, Orlando é uma cidade para quem procura tranquilidade,
sendo que a vantagem são os preços que são mais baixos. “Em média, com
US$ 300 mil é possível comprar uma casa com cerca de 250 metros
quadrados”, explica. Já Miami é um local de agitação, porém, os preços
são mais altos, com US$ 300 mil é possível adquirir um apartamento de 80
metros quadrados.
É importante destacar que o que leva
muitos brasileiros a comprarem imóveis no exterior é a possibilidade de
encontrar um bom imóvel por pouco dinheiro, ao contrário do que se
acontece no Brasil.
Cuidados
Antes de sair comprando o imóvel,
independente do país, o comprador precisa se organizar e verificar os
custos benefícios. O diretor-executivo da Re/Max Brasil, Peixoto
Accyoli, lembra que é importante observar as taxas e custo do imóvel,
além do objetivo da compra. “Pensar em quantas viagens por ano que se
vai fazer ao local, se vai alugar o imóvel quando não estiver usando,
que vai cuidar da propriedade e se o imóvel atende as necessidades e
características do perfil do comprador são importantes na hora da
compra”, afirma.
Gabriela lembra que o comprador também
precisa fica atento ao valor do imóvel usado, em comparação com os novos
ou em construção, pois as propriedades mais antigas precisam de
manutenção. Além disso, segundo a diretora, nos Estados Unidos, por
exemplo, as casas costumam ser equipadas, por isso, quando se compra um
imóvel novo, os móveis e eletrodomésticos são novos, ao contrário de uma
casa usada.
Não se esqueça de verificar as leis do local escolhido, como a de construção, que varia em cada cidade.
Documentos
Para comprar um imóvel no país, o
estrangeiro precisa de passaporte e visto de entrada, no entanto, a
compra do imóvel não garante o Green Card, o visto permanente de
entrada. No caso das pessoas que forem realizar um financiamento para
pagar a propriedade, também é preciso preencher alguns requisitos do
banco.
Custos
Para manter o imóvel no país, além da
manutenção, é preciso pagar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano),
que gira em torno de 2% ao ano, uma média de US$ 10 por metro quadrado
de condomínio e gastos fixos, como luz, telefone, internet, entre
outros.
Uma das vantagens, para Rosangela, é de
que o pagamento do IPTU dá a possibilidade de frequentar as escolas
públicas americanas, dessa forma, aqueles que pretendem que os filhos
estudem no país não precisarão se preocupar em pagar uma escola. Além
disso, a taxa cobre segurança e conservação das ruas.
Pagamento e impostos
Segundo Solange, o pagamento pode ser
feito à vista ou com financiamento, sendo que 40% do valor do imóvel
deve ser pago como entrada e as taxas variam de acordo com o prazo do
financiamento, por exemplo, em 5 anos, as taxas variam de 3,5% a 4,5%.
Lembrando que o financiamento no país é de até 30 anos.
No entanto, Rosangela, lembra que depois
da bolha imobiliária que gerou a crise de 2008, as políticas
governamentais e os bancos ficaram mais rigorosos com a liberação dos
financiamentos, além de incentivarem a compra dos imóveis pelos próprios
americanos e não por estrangeiros. Por isso, fique de olho em toda a
documentação e prazos que são exigidos, para que você não perca a
compra.
Não se esqueça de que é necessário
declarar imposto de renda do imóvel nos Estados Unidos, mesmo que não se
tenha lucro com o mesmo. O advogado tributarista Julio Barbosa, lembra
que no caso de um proprietário estrangeiro vender um imóvel no país, é
determinada uma retenção na fonte de 10% no valor do imóvel. Já no caso
de locação da propriedade, a taxa é de 30%. Barbosa ainda recomenda
colocar o imóvel no nome de uma corporação americana, pois esse é um
jeito de evitar a cobrança da taxa, além de ser uma forma de proteção
patrimonial.
Seguros
De acordo com o advogado, o incorporador é
responsável por defeitos de construção por um período de cinco anos
após a entrega da obra. Depois disso, o ideal é de que quem desejar
adquirir o imóvel faça uma inspeção no local, para verificar a
existência de defeitos, o que pode levar a uma negociação para reduzir o
preço ou então a desistência do negócio. Na dúvida, não se esqueça de
contratar um corretor de imóveis e um advogado para ajudar com o
contrato.
Rendimentos
A compra de um imóvel não é simplesmente a
compra de um bem, ela deve ser encarada como um investimento, pois a
propriedade pode se valorizar. Por isso, Accyoli recomenda que na hora
de comprar o imóvel, pense na possibilidade de venda e retorno desse
investimento.
Porém, se o seu objetivo for ganhar
dinheiro com a compra, não se esqueça de planejar bem a aquisição, pois a
rentabilidade imobiliária americana está menor do que no período entre
2008 e 2011, além da instabilidade da moeda.
Fonte: Infomoney