sexta-feira, 4 de março de 2011

Trabalhadores protestam em obra da MRV

Recrutados em Sergipe para trabalhar em Londrina, um grupo de 25 operários que se sente lesado pela construtora, realiza protesto em obra da empresa no Centro da cidade

Comida de baixa qualidade e sem os nutrientes apropriados, retenção da carteira de trabalho, jornada aos sábados até por volta das 14h30, não pagamento do adiantamento salarial de fevereiro, não cumprimento do salário e forma de pagamento combinado, são alguns, dentre tantos, dos problemas enfrentados pelos 25 sergipanos que estão construindo um prédio de apartamentos no quarteirão formado pelas ruas Belém, Rio Grande do Sul e Amapá e a avenida Duque de Caxias.

Eles foram trazidos a Londrina pela MRV e, segundo relataram à diretoria e à assessoria jurídica do Sintracom-Londrina (Sindicato dos Trabalhadores na Construção e no Mobiliário), a empresa não está cumprindo o que foi oferecido quando do recrutamento. Como as reclamações feitas diretamente à MRV não surtiram efeito, eles se reuniram em assembléia e decidiram realizar um ato público para protestar contra os maus tratos que alegam estar sofrendo.

“Temos enfrentado muitos problemas com esta empresa e com subempreiteiras a serviço dela”, informa o Carpinteiro Denílson Pestana da Costa, presidente do Sintracom-Londrina e da Nova Central Sindical de Trabalhadores no Paraná. Segundo ele, “a diretoria do Sindicato está tomando todas as medidas necessárias para que não ocorra o que aconteceu com a Encol nos anos 1990, que acumulou muitas dívidas trabalhistas em Londrina, as quais até hoje os trabalhadores lutam na Justiça para receber o que lhes é devido.”

Desde que o programa Minha Casa, Minha Vida, grande responsável pelo aquecimento no setor da construção civil em Londrina, iniciou a construção de moradias na cidade, as reclamações crescem no mesmo ritmo das obras. “Já tivemos problemas no residencial Vista Bela, canteiro de obras com cerca de 1,2 mil operários, que levaram os trabalhadores a entrar em greve”, lembra Denílson. Por isso, a diretoria do Sindicato, de acordo com o presidente, “apóia, referenda e estará ao lado dos trabalhadores no protesto de hoje.”

Fonte: Defesa dos Trabalhadores