A juíza Erica Martins Judice, na titularidade da 11ª Vara do Trabalho
de Belo Horizonte, concedeu a um bancário que utilizava veículo
particular no exercício das suas atividades profissionais uma
indenização correspondente aos gastos com combustível e manutenção, bem
como à depreciação do veículo.
O bancário exercia a função de
"gerente de relacionamento" e suas atividades compreendiam visitas a
clientes do banco reclamado, com a elaboração de relatórios sobre a
saúde financeira das empresas.
Pelo exame da prova oral, a
magistrada constatou que havia a obrigatoriedade de o empregado utilizar
o próprio veículo nessas visitas. Ele rodava cerca de 1.100 km por mês,
recebendo "ticket car" num valor fixo, mas que não era
suficiente sequer para pagar as despesas com combustível feitas pelo
empregado nas visitas aos clientes, quanto mais para pagar o desgaste do
veículo de sua propriedade, utilizado em prol dos lucros do banco
reclamado.
Dessa forma, a magistrada concluiu que o reclamado deve
arcar com o ressarcimento das despesas decorrentes do uso do veículo a
seu favor, uma vez que o empregador não pode transferir aos seus
empregados os riscos do empreendimento.
Por esses fundamentos, o
banco foi condenado a indenizar o trabalhador pelos gastos com
combustível e com a manutenção e, ainda, o valor decorrente da
depreciação do seu veículo particular, utilizado no desempenho da
atividade em benefício do empregador.
A indenização foi fixada no valor
correspondente a R$ 1,00 por km rodado ao mês, totalizando a quantia de
R$ 1.100,00 mensais, por todo o contrato de trabalho. Foi determinada a
dedução da importância de R$ 200,00 mensais (reconhecidamente recebida
pelo empregado a título de ticket car). Da decisão ainda cabe recurso.
Fonte: TRT/MG