terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Dicas para a compra de imóvel no exterior

Cidades

De acordo com a sócia-diretora da Chris Brooks Realty, Solange Santos, as cidades americanas mais procuradas são Miami, por causa das praias, e Orlando, por causa dos parques. Sendo os apartamentos de dois e três dormitórios, com valor entre US$ 300 mil e US$ 700 mil, os mais comuns de serem comprados por brasileiros. Os apartamentos são os mais escolhidos, principalmente, “pela praticidade e comodidade de deixar a unidade fechada por algum período”, explica Solange.
Para a diretora da imobiliária Halmoral, Gabriela Haddad, Orlando é uma cidade para quem procura tranquilidade, sendo que a vantagem são os preços que são mais baixos. “Em média, com US$ 300 mil é possível comprar uma casa com cerca de 250 metros quadrados”, explica. Já Miami é um local de agitação, porém, os preços são mais altos, com US$ 300 mil é possível adquirir um apartamento de 80 metros quadrados.
É importante destacar que o que leva muitos brasileiros a comprarem imóveis no exterior é a possibilidade de encontrar um bom imóvel por pouco dinheiro, ao contrário do que se acontece no Brasil.

Cuidados

Antes de sair comprando o imóvel, independente do país, o comprador precisa se organizar e verificar os custos benefícios. O diretor-executivo da Re/Max Brasil, Peixoto Accyoli, lembra que é importante observar as taxas e custo do imóvel, além do objetivo da compra. “Pensar em quantas viagens por ano que se vai fazer ao local, se vai alugar o imóvel quando não estiver usando, que vai cuidar da propriedade e se o imóvel atende as necessidades e características do perfil do comprador são importantes na hora da compra”, afirma.
Gabriela lembra que o comprador também precisa fica atento ao valor do imóvel usado, em comparação com os novos ou em construção, pois as propriedades mais antigas precisam de manutenção. Além disso, segundo a diretora, nos Estados Unidos, por exemplo, as casas costumam ser equipadas, por isso, quando se compra um imóvel novo, os móveis e eletrodomésticos são novos, ao contrário de uma casa usada.
Não se esqueça de verificar as leis do local escolhido, como a de construção, que varia em cada cidade.

Documentos

Para comprar um imóvel no país, o estrangeiro precisa de passaporte e visto de entrada, no entanto, a compra do imóvel não garante o Green Card, o visto permanente de entrada. No caso das pessoas que forem realizar um financiamento para pagar a propriedade, também é preciso preencher alguns requisitos do banco.

Custos

Para manter o imóvel no país, além da manutenção, é preciso pagar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que gira em torno de 2% ao ano, uma média de US$ 10 por metro quadrado de condomínio e gastos fixos, como luz, telefone, internet, entre outros.
Uma das vantagens, para Rosangela, é de que o pagamento do IPTU dá a possibilidade de frequentar as escolas públicas americanas, dessa forma, aqueles que pretendem que os filhos estudem no país não precisarão se preocupar em pagar uma escola. Além disso, a taxa cobre segurança e conservação das ruas.

Pagamento e impostos

Segundo Solange, o pagamento pode ser feito à vista ou com financiamento, sendo que 40% do valor do imóvel deve ser pago como entrada e as taxas variam de acordo com o prazo do financiamento, por exemplo, em 5 anos, as taxas variam de 3,5% a 4,5%. Lembrando que o financiamento no país é de até 30 anos.
No entanto, Rosangela, lembra que depois da bolha imobiliária que gerou a crise de 2008, as políticas governamentais e os bancos ficaram mais rigorosos com a liberação dos financiamentos, além de incentivarem a compra dos imóveis pelos próprios americanos e não por estrangeiros. Por isso, fique de olho em toda a documentação e prazos que são exigidos, para que você não perca a compra.
Não se esqueça de que é necessário declarar imposto de renda do imóvel nos Estados Unidos, mesmo que não se tenha lucro com o mesmo. O advogado tributarista Julio Barbosa, lembra que no caso de um proprietário estrangeiro vender um imóvel no país, é determinada uma retenção na fonte de 10% no valor do imóvel. Já no caso de locação da propriedade, a taxa é de 30%. Barbosa ainda recomenda colocar o imóvel no nome de uma corporação americana, pois esse é um jeito de evitar a cobrança da taxa, além de ser uma forma de proteção patrimonial.

Seguros

De acordo com o advogado, o incorporador é responsável por defeitos de construção por um período de cinco anos após a entrega da obra. Depois disso, o ideal é de que quem desejar adquirir o imóvel faça uma inspeção no local, para verificar a existência de defeitos, o que pode levar a uma negociação para reduzir o preço ou então a desistência do negócio. Na dúvida, não se esqueça de contratar um corretor de imóveis e um advogado para ajudar com o contrato.

Rendimentos

A compra de um imóvel não é simplesmente a compra de um bem, ela deve ser encarada como um investimento, pois a propriedade pode se valorizar. Por isso, Accyoli recomenda que na hora de comprar o imóvel, pense na possibilidade de venda e retorno desse investimento.
Porém, se o seu objetivo for ganhar dinheiro com a compra, não se esqueça de planejar bem a aquisição, pois a rentabilidade imobiliária americana está menor do que no período entre 2008 e 2011, além da instabilidade da moeda.

Fonte: Infomoney