A empregadora deve disponibilizar local próprio nas suas dependências
para o trabalhador guardar seus pertences com segurança. Caso
contrário, terá de pagar indenização se algum bem do empregado for
furtado, pois cabe ao empregador assumir os riscos do empreendimento.
Foi esse o entendimento manifestado pela 3ª Turma do TRT-MG ao julgar o
caso de um empregado que teve o capacete furtado dentro da empresa.
O reclamante alegou que fazia o percurso casa-trabalho em sua moto e
sempre chegava à empresa carregando o seu capacete. Disse que a ré
disponibilizava um vestiário para a troca de roupa dos funcionários e os
pertences de todos ficavam lá. Mas, como o capacete dele não cabia
dentro do armário, acabou sendo furtado. Por isso, pediu indenização.
O
juízo sentenciante deu razão ao empregado, entendimento que foi mantido
pela relatora do recurso da empresa, desembargadora Taísa Maria Macena
de Lima. Isto porque, uma testemunha ouvida no processo confirmou que o
armário era pequeno e não cabia o capacete. Disse ainda que estava
presente quando o empregado, ao retornar do trabalho para o vestiário,
não encontrou o capacete no local em que o havia colocado. A relatora
valorizou esse depoimento, considerado convincente pelo julgador de
origem, o qual, segundo a desembargadora, tem melhor condição de avaliar
a credibilidade das declarações prestadas em audiência.
"Ficou,
assim, satisfatoriamente comprovado que o reclamante teve seu capacete
furtado dentro do vestiário da empresa e que tal fato não teria ocorrido
se a reclamada tivesse disponibilizado recinto próprio nas suas
dependências para acomodação dos pertences do trabalhador,
principalmente aqueles, como o capacete, de uso necessário para
viabilizar a prestação de serviços em benefício da empresa",
registrou a relatora, mantendo a condenação da empresa a pagar o valor
equivalente ao capacete furtato, no que foi acompanhada pela Turma
julgadora.
Fonte: TRT/MG